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BR DA MORTE – Empresa que privatizou a BR-364 se cala em meio a tragédias com 6 mortes, mas já anunciou que cobrará pedágios sem nenhuma melhoria

Apenas nos últimos dias, seis pessoas perderam a vida em acidentes atribuídos, em grande parte, à ausência de duplicação e manutenção adequada da via.

A recente concessão da BR-364, leiloada na Bolsa de Valores de São Paulo no dia 28 de fevereiro, tem provocado uma onda de indignação e protestos por parte de parlamentares, lideranças políticas locais e da população de Rondônia. A polêmica gira em torno da falta de garantias de melhorias imediatas na rodovia antes da implantação de pedágios — que, segundo especialistas, será um dos mais caros do país.

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A rodovia, que corta Rondônia e é considerada vital para o escoamento da produção agrícola e o transporte de pessoas e mercadorias, continua sendo palco de tragédias. Apenas nos últimos dias, seis pessoas perderam a vida em acidentes atribuídos, em grande parte, à ausência de duplicação e manutenção adequada da via.

Mesmo com o leilão já realizado, a revolta aumentou após a inércia da empresa vencedora, que até o momento não apresentou um cronograma claro sobre as etapas de duplicação, melhorias na segurança ou a instalação dos pedágios. A expectativa é que os valores cobrados sejam altíssimos, sem que a população perceba contrapartidas imediatas — o que gerou críticas severas em diferentes frentes.

A bancada federal de Rondônia chegou a se mobilizar às pressas em Brasília, reunindo-se com o Ministro da Infraestrutura na tentativa de suspender ou ao menos revisar os termos da concorrência, mas sem sucesso. A iniciativa foi classificada como tardia por analistas políticos, que destacam o distanciamento de representantes locais em relação às demandas reais da população.

“É inadmissível pagar pedágio por uma rodovia que continua matando. Não estamos contra a concessão em si, mas contra a ausência de um plano emergencial de melhorias. A vida das pessoas tem que vir antes do lucro”, afirmou um deputado da bancada estadual em pronunciamento na última semana.

O clamor popular, amplificado pelas redes sociais e pela imprensa local, pede transparência, fiscalização e, sobretudo, responsabilidade social por parte da concessionária. A pressão é para que haja obras concretas antes que qualquer cobrança seja autorizada. A população exige que o contrato de concessão seja revisto ou condicionado à entrega real de infraestrutura, com prioridade na duplicação dos trechos mais críticos.

Enquanto isso, o asfalto da BR-364 segue acumulando histórias de dor e descaso.