A filha do ex-deputado federal Nilton Balbino – conhecido como Nilton Capixaba -, que cumpriu pena no complexo penitenciário da Papuda entre 2017 e 2019, foi presa pela Polícia Federal (PF) no âmbito da operação Carga Prensada, deflagrada nesta quarta-feira, contra o tráfico de drogas. Natielly Karlailly Balbino, de 35 anos, foi detida no município rondoniense de Cacoal, a cerca de 480 km da capital Porto Velho, durante cumprimento dos mandados de prisão e busca e apreensão.
Natielly é acusada de integrar uma organização criminosa que enviava grandes quantidades de cocaína de Rondônia a outros estados brasileiros. O grupo ainda adquiria cargas de maconha do Mato Grosso do Sul para distribuir na região Norte. Durante a fase sigilosa da investigação, que teve início no final de 2019, mais de 2,5 toneladas de drogas foram apreendidas.
A operação Carga Prensada sequestrou cerca de150 veículos, vários deles de luxo, pertencentes a integrantes da organização. Os agentes também apreenderam uma lancha e uma aeronave. Mais de 270 policiais cumpriram 45 mandados de prisão e 63 mandados de busca e apreensão em oito estados brasileiros.
A ação foi deflagrada em Rondônia, Acre, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina. O nome “Carga Prensada” foi escolhido em alusão à forma como a droga era transportada em meio a cargas em veículos de grande porte.
Segundo a PF, os investigados poderão responder pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico, lavagem de capitais, organização criminosa e falsidade ideológica. As penas somadas podem ultrapassar 40 anos de prisão.
A polícia afirmou ainda que um dos suspeitos movimentou cerca de R$ 10 milhões em contas bancárias, quantia oriunda de atividades ilícitas. Alguns dos investigados ostentavam luxo obtido com o tráfico de drogas.
O GLOBO não localizou a defesa de Natielly até esta publicação. O espaço está aberto a manifestação.
Ex-deputado condenado
O ex-deputado federal Nilton Capixaba foi condenado em 2018 a mais de seis anos de prisão por corrupção passiva durante a Operação Sanguessuga. Segundo as investigações, ele fazia parte de uma organização criminosa que desviava recursos de emendas parlamentares destinadas à compra de ambulâncias.
Conforme a denúncia, o Capixaba participou de um esquema de fraudes a licitações para compra de ambulâncias, destinando emendas que beneficiaram a empresa Planam. A ação penal foi aberta em 2011.
Em troca, de acordo com o Ministério Público, o parlamentar recebia uma porcentagem dos repasses em propina. À época, a PF estimou a movimentação do esquema em cerca de R$ 110 milhões.